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domingo, 1 de junho de 2025

Proezas de Rafles

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Ano: Década de 1920

Gênero: Policial, aventura, mistério, literatura popular.

Autor (original): E. W. Hornung
Adaptação brasileira: Tradutores e editores das Publicações Modernas, RJ.

Origem: Reino Unido (original), Brasil (versão em revista)

Resumo:
“As Proezas de Raffles” foi uma série publicada em fascículos no Rio de Janeiro pela editora Publicações Modernas, nos anos 1920, traduzindo e adaptando para o público brasileiro as aventuras de A.J. Raffles, o “ladrão cavalheiro” da literatura inglesa. Criado por E. W. Hornung — cunhado de Arthur Conan Doyle —, Raffles é uma figura ambígua: um ladrão sofisticado, amante do críquete, movido tanto por astúcia quanto por um senso moral próprio.
Na tradição da literatura policial e de mistério da época, os episódios da revista misturam charme, crime e crítica social, encantando os leitores brasileiros com um anti-herói que desafia as convenções e ironiza a hipocrisia da elite.
Publicada em edições baratas, com capa ilustrada e linguagem acessível, a revista fez parte da era de ouro da literatura de cordel urbano e do romance popular no Brasil.

Frases:

  • “Nem todo ladrão rouba por ganância. Alguns roubam por prazer e elegância.”

  • “No silêncio da noite, onde há joias há justiça.”

  • “Um cavalheiro nunca é suspeito. Até ser.”

  • “Se a sociedade é um jogo, eu prefiro trapacear com estilo.”

  • “A honra não está em seguir as regras, mas em saber quando quebrá-las.”

  • “A polícia pensa com as algemas. Penso com a luva de seda.”

  • “Meu disfarce? Ser exatamente aquilo que todos admiram: respeitável.”

Comentário:

A revista “As Proezas de Raffles” é uma joia da cultura editorial brasileira do início do século XX. Em plena década de 1920, o Brasil vivia um momento de efervescência urbana, com o crescimento das classes médias, o surgimento dos cinemas, bondes e cafés, e uma sede popular por literatura leve, emocionante e acessível.

Raffles caiu como uma luva nesse contexto: elegante, sedutor e subversivo. Um anti-herói que agradava tanto os leitores moralistas quanto os que torciam secretamente por quem desafiava o sistema.
Com tradução livre e tom editorial mais popular, a revista ajudou a consolidar no Brasil o gosto por narrativas policiais e personagens ambíguos. Também revela como o país absorvia — e adaptava — a cultura inglesa e europeia para um público emergente.
Do ponto de vista pedagógico, é um excelente material para se estudar a recepção literária no Brasil, os meios de circulação da literatura de massa e a construção de estereótipos do herói marginal no início do século XX.


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